La Moitié

Segundo minhas contas hoje estou na exata metade da minha viagem. Serão 238 dias longe do Brasil, como sai dia 03 de dezembro, estou há 119 dias longe!!! Uau! Como passou rápido! A saudade de todo mundo só aumenta, mas o amor por essa terra aqui também... Serei pra sempre divida entre pessoas e lugares, nunca gostei do Brasil, mas agora vou poder falar com toda a propriedade que eu realmente não nasci pra morar lá.

"Eu prefiro o frio" - "É porque você nunca viu neve""

"Eu não gosto do clima daqui" - "É porque você nunca viu como o sol europeu é diferente"

"Eu não gosto desse jeitinho brasileiro" - "É porque você nunca sentiu como os europeus são frios"

Pronto! Vi tudo, senti tudo na pele e digo: pra mim Brasil sux!!! E eu até tenho um pouquinho de vergonha de ter nascido lá...

Agora voltamos ao problema... Bem que meus amigos podiam vir morar na Europa, né? Todos eles... Assim minha vida ficaria mais fácil.

O que eu aprendi com esses 119 dias fora? Que eu consigo me virar muito bem sozinha, seja chorando na frente da estátua de David, seja ficando na salinha da estação de trem com o oficial inglês, seja passando a noite acordada em baladas em Londres, seja onde ou como for... E isso é tão, tão bom! :)

E que venha a segunda metade da viagem que a primavera tá só começando... \o/

La Violence

Uma das coisas que mais vou sentir falta da Europa é a liberdade de sair a hora que eu quero sem o medo de ser sequestrada/estuprada/assaltada/assassinada e todos os outros adas... Não to dizendo que aqui é perfeito, que aqui não tem violência e muito menos que aqui é 100% seguro, mas não há comparação.

Já ouvi casos de furtos. No metro é muito comum abrirem bolsas e mochilas, pegarem carteiras ou celulares de bolsos. Mas o que não tem aqui é a violência sem sentindo que tem no Brasil. Eu ando aqui à meia noite, uma da manhã na rua sozinha e meu medo é ser roubada, levarem minha bolsa. É um problema? Claro! Mas é um problema material e também não é uma coisa tão certa quanto no Brasil.

Em Campinas eu tenho medo de parar de noite no farol dentro do meu carro. Aqui eu pego o metro depois da meia noite. A maior diferença ao meu ver é que se me assaltarem em Campinas, colocarão uma arma na minha cabeça, me levarão para alguns caixas eletrônicos e sabe-se mais o que farão comigo. Aqui, a chance é de levarem minha carteira e só. 

A violência no Brasil virou algo sem sentindo, algo banal. Não é mais só uma questão de diferença social, não é mais a pessoa sem dinheiro querendo roubar o seu. É a pessoa querendo mostrar um poder sobre você, sobre sua vida e sobre a decisão do seu futuro.

Em resumo, vai ser triste ir pro Brasil e voltar a ter medo de sair quando aqui eu tenho a real liberdade de ir e vir a hora que quiser... Com certeza me sentirei presa quando voltar... =/

Les Quatre Saisons

A Primavera chegou aqui! Mas chegou de verdade!!! Uma coisa que eu sempre achei engraçada é que quando somos crianças, lá na escolinha, ensinam a gente que primavera tem flor, verão é quente, outono as folhas secam e caem e inverno é frio. Eu até hoje procuro isso no Brasil, mas lá é verão 90% do tempo e em 10% a gente morre de frio. Não há diferenças de estações. Aí quando chega a data a imprensa diz "Hoje começa o outono" e absolutamente nada muda.

Aqui não é assim. Aqui existem as quatro estações - não, não to falando de Vivaldi - e elas são muito bem definidas. A primavera chegou e em uma semana já foi possível sentir diferença no clima, nas árvores... Já temos flores, temos sol, escurece mais tarde, amanhece mais cedo. Aquele clima de inverno sumiu completamente, em uma ou duas semanas.

Eu gosto muito disso. De sentir esse ciclo da natureza, de ver ele acontecendo, faz com que os solstícios e equinócios tenham muito mais sentido pra mim.

Le Marché

Ritual mundano e banal: fazer compras. Tem um mercado a uma quadra da Maison du Bresil, sempre faço compra lá apesar de não ser o mais barato, é o mais perto.

Aqui eles quase não usam sacolas plásticas, alguns lugares cobram, inclusive. Aqui eles usam esse carrinho que eu aprendi que se chama cadi faz pouco tempo:

Você pode entrar com esse carrinho no metrô, no trem, no ônibus. Muita gente tem um, você usa ele pra fazer as compras dentro do mercado e pra carregar tudo de volta pra casa. Uma coisa que eu percebi usando esse carrinho é como as calçadas aqui são boas e como em todo lugar tem uma rampa. Lógico que não estou comparando carregar um carrinho desses com uma cadeira de rodas, mas com certeza deve ser mais fácil para um deficiente físico andar por aqui.

Rampas na calçada:

A frente do mercado:

O mercado em si é muito parecido com o do Brasil, mas algumas coisas ficam em lugares estranhos pra gente. A farinha fica perto das bolachas, o leite condensado fica perto do leite e das bebidas. O açúcar fica perto do leite, o que faz com que ele fique perto das bebidas e o creme de leite fica na geladeira.

Os caixas são idênticos aos do Brasil, nada demais...

Se você não tiver um cadi pode usar os carrinhos do lugar, eles também tem uns carrinhos menores de plástico que são muito mais práticos para compras pequenas:

Taí minha comprinha. O cadi é tudo de bom, ajuda o ambiente, pois não usamos sacolas plásticas, é econômico e prático (porque por mais ecologicamente correto que seja, carregar caixas de papelão com compras é um saco):

E pra quem ta curioso aí tinha: leite, pão, queijo, água, geleia, torrada, bolacha, macarrão, papel higiênico, shampoo, manteiga e salada pré-lavada.

Hard Rock Cafe - Paris

Finalmente conheci o Hard Rock Cafe daqui. Já tava na hora, né?

Jaqueta do Keith Moon

Roupa do Elvis (de novo, Camila!)

Roupa minúscula que a Madonna usou no clipe de Erotica

Parte da bateria do Roger Taylor

Jaqueta do John Lennon

Blusa do Mick Jagger

Roupa e guitarra do Angus Young (morri!!!)

Guitarra do Slash (adorei o desenho que ele fez da caveira com uma cartola)

Roupa do Steven Tyler (eu te levo pra ver, Rick, prometo)

Nada a ver com o Hard Rock Cafe, mas eu adoro Garbage...

Guitarra do Scorpions (pro André morrer de novo)

Pedaço da guitarra do Eddie Vedder (adorei essa parte...)

Blusa do Jimi Hendrix

Guitarra da Lita Ford (yeah!!!)

Gorro usado pela Alanis Morissette no clipe de Ironic

Botas do The Edge

Guitarra do Metallica!!!

Guitarra do BB King

Roupa e guitarra do Eminem... Tantas perguntas. O que elas fazem ai? Pra que o Eminem usa uma guitarra? Quem se importa?

Le Parc ou La Plage?

O Brasil é um país tropical, um calor infernal, cheio de praias e a gente fica com aquela impressão que os europeus não tem verão e no verão tem que aguentar as grandes cidades... Imagina... Eles podem não ter as praias brasileiras, mas eles tem os parques e agora que a primavera chegou, o sol tá sempre lindo e a temperatura fica entre os 20 graus, os parques estão lotados. E me desculpem os brasileiros convictos, mas pra passar o dia a dia um parque é muito melhor do que uma praia, simplesmente porque eu não tenho que tirar areia de lugares onde eu não deveria ter areia nunca...

Aqui na frente da cité tem o Parc Montsouris, foi o parque onde vi o lago congelado naquele dia divertidíssmo que nevou (neste post). Ele estava cheio e eu preciso comprar uma toalhinha pra deitar naquela grama e passar o dia por lá também.

É, a primavera chegou por aqui:

Arc de Triomphe

Sim, dá pra subir no Arco do Triunfo!!! E tem degrau pra subir, viu? Nossa, como tem...

O Arco do Triunfo foi construído por Napoleão para comemorar suas vitórias militares. Ele possui diversos nomes de diversas batalhas e generais e embaixo dele há o túmulo do soldado desconhecido, onde estão as cinzas de um soldado francês morto na primeira guerra.

Para ir até o Arco é de graça, mas para subir nele são quase 10 euros... Muito caro, mas eu tô afim de fazer tudo por aqui, então "bora lá". Primeiro, eu dei a volta inteira pelo lado de fora do Arco.

A Arco fica na praça Charles de Gaulle (não confundir com o aeroporto que é beeeeeem longe daqui):

A visão da Torre Eiffel daqui é uma das mais feias da cidade. Perto do Arco ela parece pequena e sem graça (porque ela é um pouco longe daqui):

Fotógrafo que é fotógrafo tira foto do meio da rua, né?

Desde o atentado de Toulouse essa é uma cena recorrente em alguns pontos importantes da cidade:

Para chegar ao Arco você pega uma passagem subterrânea porque seria impossível atravessar essa rua com carros vindo a todo momento de todos os lados.

Túmulo do soldado desconhecido. "Aqui jaz um soldado francês morreu por seu país":

Subir o Arco... degraus, degraus, degraus e mais degraus...

Mas no final tem um lugar pra descansar. :)

Lá você pode tocar na pequena réplica do Arco e a tela na sua frente te mostra aquela parte do arco, o que ela significa e quem a criou:

O topo do Arco não tem nada demais e tem uma grade para evitar que pessoas caiam ou se joguem:

Mas a vista de Paris é incrível:

É possível ver vários dos principais monumentos da cidade.

La Défense:

La Tour Eiffel:

Avenue des Champs-Élysées:

Place de la Concorde:

Basilique du Sacré-Cœur:

Pantheon:

Les Invalides:

Cimetiere du Pere Lachaise:

Notre Dame:

Eu pedi para uma turista tirar uma foto minha com a torre ao fundo:

Arco visto do meio da Champs-Élysées: